Se conviver com crianças e mães já traz em si um encanto todo especial, imagina com mães de crianças portadoras de câncer?
Quando o câncer é diagnosticado, começa o calvário da família inteira. Vi homens que largaram suas famílias a partir da descoberta de tal fato. Foram desgraçadamente covardes. Homens de pequena estatura moral.
Como disse, o aprendizado que se tem dentro de um hospital de câncer não tem tamanho, de tão grande.
Assim como vi pais fracos, vi mães de um amor tão imenso e de uma grandeza tão especial que só se explica com a onipresença de Deus.
Outro dia, vi uma mãezinha bonita, com pouco mais de trinta anos, trazia uma cabeleira basta, ondulada, cheia de brilho, bem cuidada... linda!
Sua filha jovem, pouco mais de doze anos já sem cabelos, por conta da quimioterapia, reclamava da falta de cabelos, chateadíssima!
Naquele sábado fizemos nosso trabalho com muita alegria, dando uma força a todos, inclusive aquela mãe maravilhosa, como as outras tantas, todas heroínas de cada dia.
Terminando, seguimos nossa vida esperando o próximo sábado.
No outro sábado, tivemos uma surpresa atada a uma emoção comovente. Não havia como não chorar. Aquela menina, antes careca e triste, ostentava, agora, na sua felicidade incontida, uma cabeleira negra linda, linda, lindíssima! E a mãezinha estava careca, carequíssima, com a cabeça totalmente raspada. Mas ostentava uma alegria que a tornava ainda mais bela.
O milagre do amor. Aquela mãezinha, naquele mesmo sábado, foi ao cabelereiro e mandou raspar seu cabelo para fazer a peruca negra da sua pequena doente.
E agora, ambas, pareciam, até, mais cheias de vida, iluminadas!
O que seria do mundo sem os sacrifícios das mães?
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